domingo, 12 de setembro de 2010

Monza (parte 2

Bom, como não deu certo o negócio com o belo Verona, começamos minha espo-sa e eu a procurar outro carro. Andávamos pelas lojas da Av. Guapira quando lo-calizamos no meio de uma loja um Monza que, a primeira vista, era dourado. Um dourado meio escuro, na verdade. Entramos, o vendedor nos mostrou o carro, duas portas, sem vazamentos aparentes no motor, movido a gasolina (importante, pois para quem usa pouco o carro o álcool só serve para tornar a partida mais difí-cil após ficar parado de 2ª a 6ª feira), lataria em boas condições, aquele modelo que para ser completo só faltava o ar condicionado e o som. Os outros opcionais da época ele tinha, até apoio de cabeça para os ocupantes do banco traseiro e o apoio de braço dobrável do mesmo banco. A Alê adorou o carro. Sentei no banco do motorista e me sentí na poltrona de ver TV. Parecia perfeito.
Fomos então ver o preço do carro, pois tínhamos saído para comprar um carro de 6 mil (o Verona 1.6) ou 6,5 mil (o 1.8). O Monza estava por 6,9 mil. Iria ficar meio apertado para os gastos com a manutenção dos itens de segurança depois. A Alê, ótima negociante que é, deu uma choradinha e ficou por 6,7 mil. Já mais próximo do preço do Verona 1.8, com a diferença que era um Monza 2.0. Deixamos um cheque de sinal, e no meio da semana eu levaria o cheque administrativo com o valor total para pegar as chaves e receber de volta o sinal.
No dia que fui pegar o caro, quase me arrependí do negócio: na outra filial da loja, onde fui buscar o carro, tinha um Escort Hobby 1.6. Na época eu já reconhecia o quão resistente o Hobby era (minha tia, que só faz manutenção quando o carro dá problema, tinha um Hobby 1.0 há 8 anos e ele resistia bravamente nas mãos de-la), e de quebra o carro era branco, uma cor que adoro. Mas o Monza me espera-va.
Peguei o carro e no trajeto da loja até um estacionamento próximo de casa onde tinha a placa que haviam vagas para mensalistas (e que seria a nova morada de-le) estranhei pacas a direção hidráulica super leve (até hoje ela me incomoda um pouco na estrada) e a falta de altura em relação ao solo. Ou ao menos a falta de altura para alguém acostumado a VWs refrigerados a ar ou ao Hobby da minha tia, que é mais altinho. Mas fui admirando o painel completo, com conta-giros, am-perímetro e o vacuômetro (também conhecido como mentirômetro).
Aí começaria o “breaking point” do Monza em relação ao meu antigo objetivo, o Verona: o preço das peças. Pesquisando amortecedores, molas, freios, embrea-gem, descobrí que as peças do Monza regulam de preço com as do Santana, e as do Verona são em média de 50 a 75% mais caras... Manutenção feita, hora de pegar a estrada. A facilidade de manter a velocidade limite de 120 km/h, com o motor girando a 3.200 rpm e 5ª marcha, pouco acima da rotação de torque máxi-mo (3 mil rpm) me agradou sobremaneira, até porquê sou dos que acha que a ve-locidade de cruzeiro deve ser constante: se na descida e no plano se está a 120, na subida também se deve estar. Quanto ao porta-malas de 400 litros, só o lotei recentemente, quando fui viajar com minha filhota e tive de levar berço dobrável, carrinho de bebê, banheira, além das tralhas todas que se leva em viagem com crianças pequenas.
Se estou satisfeito com o carro? Sim. Ele é perfeito? Não. Nenhum carro o é, nem Ferraris e Rolls-Royces. O escapamento esquenta consideravelmente o lado es-querdo do carro, fazendo com que se tenha de colocar os produtos termicamente sensíveis do lado direito do porta malas. Sem ar condicionado, o interior do carro é uma pequena sauna em dias de forte calor. Nos modelos “pré tubarão” a abertura do porta malas poderia ser maior. Tem o caso da direção hidráulica muito leve em alta velocidade, o motor nem em suas versões mais recentes com avançados sis-temas de injeção eletrônica conseguiu ficar econômico, mas no geral eu diria que os benefícios superam os malefícios. Obviamente a adequação de um modelo depende daquilo que se espera dele. Para quem espera um carro confortável, es-paçoso, com manutenção relativamente barata, e que ainda seja bom de estrada, é uma ótima opção.

2 comentários:

Reynaldo disse...

Bianchini, tenho um Monza tb, gas., 1.8, ano 89, todo original, exceto o aparelho de som. Comprei o carro por acaso, estava sem $ pq havia comprado um vw p/ minha filha que havia entrado na faculdade na época(há 8 anos atrás).Fui ficando com ele, aprendendo a gostar da tração dianteira e hj ele é meu parceiro pra tudo, viagens, trabalho...
Comprei ele de um sr. que havia rodado pouco e não queria mais carro em sua vida. Estou feliz tb e não troco pq a manutenção preventiva é barata e ele nunca deu pau. Por gostar tanto do Monza, minha filha comprou uma Montana 1.8 que bebe tanto qto ele e tb nunca dá pau. É isso aí.Encontrei seu blog pq tb sou autoentusiasta e vejo seus comentários naquele.
Um abraço

cRiPpLe_rOoStEr a.k.a. Kamikaze disse...

Para resolver o problema do calor irradiado do escapamento para o interior, uma solução simples é aplicar aquelas mantas asfálticas com uma face aluminizada usadas para fazer isolamento térmico em telhados e lajes.