domingo, 12 de setembro de 2010

Riding with the king

Pego emprestado o título de um ótimo álbum gravado pela dupla B.B.King e Eric Clapton para narrar um delicioso causo. Recentemente minha paixão por livros e automóveis me rendeu uma experiência muito interessante. Eu já sabia da exis-tência de um livro de contos do ótimo jornalista automobilistico Arnaldo Keller, mas ainda não o tinha encontrado para comprar. Certa vez, fuçando no site de uma das grandes livrarias, encontrei o livro, mas apenas sob encomenda. Desistí da compra.
Já tinha esquecido do fato quando na última Bienal do Livro, ao passar no estande da Editora Alaúde para “babar” nos livros sobre automóveis que eles lançaram, encontrei uma pilha de exemplares do livro “Um Corvette na noite e outros contos potentes”. Comprei-o na hora. No começo da semana seguinte, o Arnaldo publicou no blog “Autoentusiastas” uma análise de um Renault Logan, fiz os comentários que eu achava pertinentes, e ao final informei que tinha comprado o livro e achei uma pena que o autor não estivesse lá para o autografar. Ele respondeu pergun-tando se eu tinha sido o “maluco” que comprou o livro, que tinham ligado da edito-ra informando que alguém tinha comprado um exemplar. Também disse que o autor ainda era vivo, morava em SP e convidou para entrar em contato com ele para marcarmos de tomar um café juntos para batermos um papo e que ele auto-grafaria então o livro.
Liguei para o telefone fornecido, me apresentei, e deixamos pré marcado para a manhã de sábado seguinte o encontro, e eu ligaria novamente na sexta a noite para combinarmos melhor alguma coisa. Sexta à noite, liguei para ele e ele co-mentou que tinha surgido de última hora um Maserati GranTurismo para andar no sábado, e se eu poderia ir a uma loja de importados de manhã para que pudés-semos nos encontrar e eu receber o autógrafo.
Chego lá, dou a volta no quarteirão para achar o melhor lugar para estacionar o carro, local encontrado, fui em direção à loja. Chegando lá, encontro o Arnaldo e o seu primo Paulo (com a filhota, cujo nome não me lembro) observando um Lotus Elise que já tinha sido alvo de avaliação anterior do blog. Apresentamo-nos, e en-quanto o pessoal da loja manobrava os carros (estavam abrindo a loja naquele momento) fomos tomar o tal café e bater um papo. Voltamos para a loja, e o Ar-naldo e o Paulo foram com um dos rapazes da loja andar com o carro e fazer u-mas filmagens enquanto eu ficava aguardando por lá mesmo. Fiquei olhando os outros carros à venda, alguns mais interessantes, outros menos, depois voltei para o meu carro e fiquei lendo o jornal, até que ví o Maserati chegar de volta à loja.
Hora da sessão de fotos: fomos para o estacionamento de um imóvel comercial desocupado em frente à loja, para que o Paulo pudesse exercer a sua arte – e o cara é um artista. Pela intimidade com que a filhota dele maneja as DSLR, diria que ela seguirá o mesmo caminho. Enquanto isso, eu e o Arnaldo conversávamos sobre generalidades automotivas, com participação esporádica do rapaz da loja que tinha saído com eles para a filmagem.
Assim que o Paulo terminou a sessão de fotos, veio o inesperado: o Arnaldo disse que para terminar a sessão “eu vou levar o Bianchini para dar uma volta no quar-teirão com o carro”. Admito ter ficado meio sem ação, mas ele foi entrando pela porta esquerda enquanto eu observava as linhas do carro pelo lado direito e abriu a porta da direita, aí entrei no carro e me acomodei no excelente banco de couro do passageiro. Prendí o cinto, o Paulo fez umas duas ou três fotos (o cara é um fotógrafo tão bom que fiquei até menos feio na foto...), o Arnaldo ligou o motor, fez um sinal para o pessoal da loja e saímos. A cidade definitivamente não é o ambi-ente correto para um carro daquela largura, mas de dentro do carro ele mostra ser bem mais ágil do que a aparência externa leva a crer. Duvido que a volta tenha durado mais de 4 minutos, mas a sensação foi, na melhor das hipóteses, inesque-cível, principalmente para alguém que nunca tinha andado em um importado de-cente. Naquele momento, sentí-me como o título do disco citado lá no começo...

4 comentários:

Anônimo disse...

Rs...blog fantasma!

Eu li e gostei muito. O Arnaldo e o Paulo com certeza são pessoas de primeira qualidade!

MMFinesse

Arnaldo Keller disse...

Bianchini,

Você escreve muito bem, isso sim! Sua escrita é clara, limpa, e é saborosa.
Parabéns!
Isso é raro, é um dom. Para certas coisas não adianta só a prática, o exercício; é preciso o exercício e o dom.
Obrigado por ter ido tomar o café e obrigado pela amizade e consideração que tem por mim. Fique certo que a recíproca é verdadeira.

abraço,
Arnaldo

Bianchini disse...

Agradeço muito os elogios!
Arnaldo, o dia que eu conseguir publicar um livro, o prefácio será seu!

Arnaldo disse...

Bianchini,

Não há o que agradecer. Só constatei.
Terei muita honra em prefaciar seu livro. Obrigado.
Vá em frente. Dá trabalho, mas mal não faz.