Infelizmente parece que nos últimos tempos as fábricas de carros se preocupam com apenas uma coisa: vender os carros. Com os altos volumes de produção necessários para atender à demanda atual, o controle de qualidade passou a ser negligenciado, o que explica o grande volume de recalls dos últimos tempos. Porém, pior do que isso: a rede autorizada das fábricas não está dando conta do grande movimento, e é claro que com essa situação toda a imagem da marca fica abalada.
Vou contar (sem citar nomes) um caso que fiquei sabendo envolvendo a Ford. Um amigo comprou no fim do ano passado um Fiesta Sedan. Está satisfeito com o carro, embora o mesmo não seja tão bom quanto era a Escort Wagon que ele possuía antes. Esse ano, com o filho ao volante, o carro teve a lateral danificada por um motoboy. Após pesquisar o preço em diversas revendas, escolheu uma da Zona Oeste de São Paulo para fazer o conserto, afinal o carro ainda está em garantia, e para não a perder fica-se à mercê da rede autorizada.
O garoto esqueceu um óculos de sol de griffe no porta-luvas, e é óbvio que quando o carro voltou o mesmo não estava lá; Após uma certa discussão, ofereceram uma revisão grátis como compensação. Como não faltava muito para a quilometragem, foi aceito.
Na primeira vez que o carro foi para a revisão, o serviço não ficou bom. Retornou a segunda, a terceira vez, e nada de ser feito um serviço decente. Quando ele estava indo pela quarta vez à concessionária, furou um pneu. Chegando na oficina, ele informou do furo e pediu para consertarem que ele pagaria à parte o pneu. No dia em que foi pegar o carro na oficina, já passou próximo da hora de fechar a concessionária, com pressa, e não conferiu o carro.
Dia seguinte, ao sair de manhã, escuta aquele barulho de pneu vazio. Ao tentar soltar o estepe , percebe que trocaram a chave de roda por uma já bem usada, até meio espanada. Mesmo assim, conseguiu soltar o estepe... para encontrar o mesmo pneu furado da véspera.
Agora me digam: o que adianta a fábrica investir milhões para melhorar os produtos que fabrica se a rede autorizada “joga contra”? Ele me disse que reclamaria com o ombudsman da Ford e que diria para todo mundo que conhece para não comprar carros da Ford. Como ele tem uma banca de jornais, dá para ver que conhece um bocado de gente, inclusive potenciais consumidores da marca. Quem foi que perdeu mais nessa história toda? Não foi a concessionária, certamente. Esse meu amigo perdeu tempo, algum dinheiro e a confiança na marca. Mas a grande perdedora foi a marca Ford, por falta de controle de sua rede no atendimento pós-venda. E a publicidade negativa de um atendimento mal feito no pós-venda é muito difícil de reverter com publicidade em TV, rádio e mídia impressa.
Blog do Bianchini
Fã de automóveis, motos, aviões, mas sempre com critério. Gosto de carros que poucos gostam e odeio a preferência de muitos. Rabugento, mas bem humorado. Atualizações? Se eu tiver tempo, semanais...
quinta-feira, 8 de setembro de 2011
O grande perdedor
Causou certo ruído nas redes sociais o anúncio que essa temporada o canal Bandsports não transmitiria mais os jogos da NFL, a milionária liga de futebol americano. Esse é um esporte que está crescendo entre o pessoal de classe média a média alta, existindo até liga de futebol americano no Brasil, com times que se utilizam de nomes engraçadinhos que nem os gringos. Quando o Paulo Mancha, um dos comentaristas do esporte no Bandsports, deu a notícia no seu perfil do Facebook pude ler dezenas de cometários de fãs do esporte dizendo que cancelariam a assinatura do canal. Lembremos que exceto na TVA o Bandsports é um canal opcional, pago à parte.
Puxando pela memória lembrei-me de outras derrotas do Bandsports:
-Perderam o campeonato da MLB (Major League Baseball), onde conseguiam uma boa audiência com a brilhante narração do Ivan Zimmerman, provavelmente o melhor narrador de esportes americanos existente no Brasil, um cara capaz de prender a atenção do telespectador em um jogo sem grandes emoções, com uma bagagem de informações de bastidores do esporte invejavel.
-Perderam a Nascar, que hoje em dia só é transmitida pelo canal Speed, e nos moldes do Speed americano, ou seja, com uma infinidade de intervalos comerciais, esteja acontecendo algo de interessante na pista ou não. O Bandsports passava com intervalos comerciais apenas quando aparecia bandeira amarela – o que, na Nascar, quer dizer um monte de vezes.
-Perderam o WTCC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo, justamente no ano em que o curitibano Augusto Farfus estava de mudança da equipe Alfa Romeo para a equipe oficial da BMW. Tinha tudo para ser um sucesso de público... mas aí, dentro daquela lógica do “vamos comprar para que os outros não transmitam” da Corporação Globo, a categoria foi comprada pelo SporTV e relegada a um VT da prova na meia noite da terça-feira, confirmando o tradicional desrespeito da Globo com o espectador.
E agora, como “cereja do bolo”, temos o Bandsports transmitindo a Indy apenas como VT. No lugar, uma “interessantíssima” competição de hipismo, que se houvesse medição do Ibope em TV por assinatura nem traço teria dado de tão baixa deve ter sido a audiência. Uma coisa é a Bandeirantes canal aberto não passar a corrida ao vivo, pois o horário volta e meia coincide com o futebol. Outra, completamente diferente, é o canal pago do Grupo Bandeirantes fazer esse papelão. Ridículo.
Com essa sequência de burradas, não fica fora de propósito considerar o canal Bandsports como o grande perdedor da atualidade.
Puxando pela memória lembrei-me de outras derrotas do Bandsports:
-Perderam o campeonato da MLB (Major League Baseball), onde conseguiam uma boa audiência com a brilhante narração do Ivan Zimmerman, provavelmente o melhor narrador de esportes americanos existente no Brasil, um cara capaz de prender a atenção do telespectador em um jogo sem grandes emoções, com uma bagagem de informações de bastidores do esporte invejavel.
-Perderam a Nascar, que hoje em dia só é transmitida pelo canal Speed, e nos moldes do Speed americano, ou seja, com uma infinidade de intervalos comerciais, esteja acontecendo algo de interessante na pista ou não. O Bandsports passava com intervalos comerciais apenas quando aparecia bandeira amarela – o que, na Nascar, quer dizer um monte de vezes.
-Perderam o WTCC, o Campeonato Mundial de Carros de Turismo, justamente no ano em que o curitibano Augusto Farfus estava de mudança da equipe Alfa Romeo para a equipe oficial da BMW. Tinha tudo para ser um sucesso de público... mas aí, dentro daquela lógica do “vamos comprar para que os outros não transmitam” da Corporação Globo, a categoria foi comprada pelo SporTV e relegada a um VT da prova na meia noite da terça-feira, confirmando o tradicional desrespeito da Globo com o espectador.
E agora, como “cereja do bolo”, temos o Bandsports transmitindo a Indy apenas como VT. No lugar, uma “interessantíssima” competição de hipismo, que se houvesse medição do Ibope em TV por assinatura nem traço teria dado de tão baixa deve ter sido a audiência. Uma coisa é a Bandeirantes canal aberto não passar a corrida ao vivo, pois o horário volta e meia coincide com o futebol. Outra, completamente diferente, é o canal pago do Grupo Bandeirantes fazer esse papelão. Ridículo.
Com essa sequência de burradas, não fica fora de propósito considerar o canal Bandsports como o grande perdedor da atualidade.
quarta-feira, 24 de agosto de 2011
O neto, a avó e a Variant 1976.
Aconteceu lá pelos idos de 1996, 1997. Eu estava em férias de inverno da faculdade e tinha ido passar uns dias com minha avó paterna lá em Poços de Caldas, onde ela morava. Ao fim dessa minha passagem por lá, ela viria para a casa de uma irmã adotada dela em Santo André para ficar cerca de 2 meses. Minha avó sempre gostou de dirigir, mas naquela época o médico já tinha proibido que ela pegasse estrada por causa do coração, que já estava meio frágil (e mesmo frágil, ela só viria a falecer uns 10 anos após), mas permitiu que dirigisse na cidade. Coube-me a tarefa de trazer o carro de Poços para Santo André.
Obviamente fiz uma pequena revisão no carro antes da tarefa, aproveitei a proximidade do limite de quilometragem para trocar o óleo do motor, calibrei corretamente os pneus, enfim, deixei o carro pronto para a viagem. No dia gastei um bom tempo equilibrando os pesos (bagagens mais pesadas no porta malas dianteiro, mais leves e volumosas no traseiro), almoçamos cedo e saímos.
Vim com minha avó monitorando o velocímetro lá do banco do passageiro, e qualquer “empolgação” ela já avisava da velocidade. E assim foi até as proximidades de Campinas, onde ela adormeceu – fato comum envolvendo minha família paterna e carros, quando estão como passageiros. Antes de construírem o maldito anel viário de Campinas, você saía da SP-340 em uma alça de acesso à Anhanguera e poucos metros depois já tinha a saída para a Bandeirantes – e foi esse o caminho que fiz com a valente Variant 1976 branca, toda original.
Assim que entrei na estrada, levei o carro ao limite de velocidade da estrada e percebí a aproximação de um ônibus Flecha Azul da Cometa, vazio (tinha o letreiro RESERVADO na frente) e fazendo o mesmo caminho que eu, daquele jeito que os motoristas da Cometa faziam antes de coalharem a Bandeirantes com radares em tudo quanto é canto. Não tive dúvidas: o ônibus passou, eu entrei atrás dele e o vim seguindo até São Paulo. Nem sei se o motorista do ônibus se tocou que eu o estava seguindo, mas a viagem foi muito engraçada: em diversos trechos o Cometa era o veículo mais rápido na estrada, ultrapassando Opalas, Monzas, Santanas, Gols, Paratis, Caravans pela faixa da esquerda... e seguindo o ônibus, na mesma velocidade, uma Variant 1976 branca, original, com um magrelo de óculos ao volante e uma senhora dormindo no banco do passageiro. De Campinas até chegarmos à Marginal do Tietê acho que no máximo 10 carros nos ultrapassaram – Kadetts, Tempras, um ou outro Gol 1.8... a viagem total de Poços até a entrada de SP foi feita em cerca de 2h50m.
Felizmente minha avó acordou já na Avenida do Estado, após eu pegar algum trânsito, e ela nem percebeu direito o quanto foi rápida a vinda de Campinas para São Paulo. Ah, antes que os maledicentes de plantão façam piadas, não, a Variant não desmontou assim que paramos na casa dessa minha tia em Santo André, na verdade o carro sobreviveu à dona e continua com uns parentes de uma outra tia minha em Poços de Caldas.
Obviamente fiz uma pequena revisão no carro antes da tarefa, aproveitei a proximidade do limite de quilometragem para trocar o óleo do motor, calibrei corretamente os pneus, enfim, deixei o carro pronto para a viagem. No dia gastei um bom tempo equilibrando os pesos (bagagens mais pesadas no porta malas dianteiro, mais leves e volumosas no traseiro), almoçamos cedo e saímos.
Vim com minha avó monitorando o velocímetro lá do banco do passageiro, e qualquer “empolgação” ela já avisava da velocidade. E assim foi até as proximidades de Campinas, onde ela adormeceu – fato comum envolvendo minha família paterna e carros, quando estão como passageiros. Antes de construírem o maldito anel viário de Campinas, você saía da SP-340 em uma alça de acesso à Anhanguera e poucos metros depois já tinha a saída para a Bandeirantes – e foi esse o caminho que fiz com a valente Variant 1976 branca, toda original.
Assim que entrei na estrada, levei o carro ao limite de velocidade da estrada e percebí a aproximação de um ônibus Flecha Azul da Cometa, vazio (tinha o letreiro RESERVADO na frente) e fazendo o mesmo caminho que eu, daquele jeito que os motoristas da Cometa faziam antes de coalharem a Bandeirantes com radares em tudo quanto é canto. Não tive dúvidas: o ônibus passou, eu entrei atrás dele e o vim seguindo até São Paulo. Nem sei se o motorista do ônibus se tocou que eu o estava seguindo, mas a viagem foi muito engraçada: em diversos trechos o Cometa era o veículo mais rápido na estrada, ultrapassando Opalas, Monzas, Santanas, Gols, Paratis, Caravans pela faixa da esquerda... e seguindo o ônibus, na mesma velocidade, uma Variant 1976 branca, original, com um magrelo de óculos ao volante e uma senhora dormindo no banco do passageiro. De Campinas até chegarmos à Marginal do Tietê acho que no máximo 10 carros nos ultrapassaram – Kadetts, Tempras, um ou outro Gol 1.8... a viagem total de Poços até a entrada de SP foi feita em cerca de 2h50m.
Felizmente minha avó acordou já na Avenida do Estado, após eu pegar algum trânsito, e ela nem percebeu direito o quanto foi rápida a vinda de Campinas para São Paulo. Ah, antes que os maledicentes de plantão façam piadas, não, a Variant não desmontou assim que paramos na casa dessa minha tia em Santo André, na verdade o carro sobreviveu à dona e continua com uns parentes de uma outra tia minha em Poços de Caldas.
quinta-feira, 21 de julho de 2011
Bullying automotivo
Uma de minhas leituras favoritas é a revista portuguesa Auto Clássico, do grupo Motorpress. Sim, esse grupo existe no Brasil, onde edita – entre outras – as revistas Carro e Racing. Não, não sei o motivo dela não ser editada também no Brasil. Chega aquí com alguns meses de atraso, mas sempre é uma leitura agradável.
Recentemente passou por algumas mudanças editoriais, com novas seções sendo criadas, entre elas um guia de compras de acordo com alguns parâmetros – por exemplo, uma edição indicam um fora de estrada, outra um esportivo, outra um carro familiar... – , e chegou a edição em que prometeram indicar na edição seguinte “um clássico para oferecer aos seus filhos”, com a foto de uma perua Volvo série 200... fiquei curioso, óbvio. No Brasil, seria o equivalente a oferecer para o jovem que vai para a faculdade uma Ford Belina... e eis que vem a edição com essa matéria.
Os veículos indicados foram o MG Midget (o equivalente, no Brasil, a um Puminha conversível), o Peugeot 106 Rallye (aquí, um VW Gol GT), o Toyota Land Cruiser BJ40 (nosso Bandeirante de saudosa passagem por esses caminhos do Brasil), a já citada perua Volvo... e um Renault 4L. Renault 4L???? Sim! Um dos veículos mais feios já saídos de um bureau de design francês, povo que faz ótimos queijos, ótimos vinhos, tem grande fama no mundo da moda... mas que, no campo automotivo, tem um gosto, digamos, duvidoso. OK, existem exceções como os Citroën DS, CX e Xantia, os Peugeot 505, 205 e 405, os Renault Laguna (1ª geração), Fuego, 18 e 21... mas no geral a coisa vai do estranho para o bizonho. E, junto ao Citroën Ami, o 4L é bizonho.
Pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com o modelo dizem que ele vez sucesso por tanto tempo por ser resistente, barato, ter suspensão confortável e ser muito econômico. OK, mas daí a oferecê-lo para o filho ir para a faculdade... isso merece ser classificado como bullying! O garoto será o bixo mais popular do campus: TODO MUNDO vai zoar a cara do moleque! Imagine aquí no Brasil: o garoto passa na faculdade, o pai entrega as chaves do carro para ele, diz que é “um veículo clássico”, pelo formato da chave ele acha que é um Fusca... aí ele abre a a garagem e encontra uma Brasília amarela ou azul calcinha. Pois é. Mesma coisa o 4L. Uma coisa podemos ter certeza: qualquer garota que ele namore na faculdade será porquê ela REALMENTE gosta dele, ele não pegará nenhuma “maria gasolina” em toda a sua vida acadêmica.
Alexandre Bianchini
Recentemente passou por algumas mudanças editoriais, com novas seções sendo criadas, entre elas um guia de compras de acordo com alguns parâmetros – por exemplo, uma edição indicam um fora de estrada, outra um esportivo, outra um carro familiar... – , e chegou a edição em que prometeram indicar na edição seguinte “um clássico para oferecer aos seus filhos”, com a foto de uma perua Volvo série 200... fiquei curioso, óbvio. No Brasil, seria o equivalente a oferecer para o jovem que vai para a faculdade uma Ford Belina... e eis que vem a edição com essa matéria.
Os veículos indicados foram o MG Midget (o equivalente, no Brasil, a um Puminha conversível), o Peugeot 106 Rallye (aquí, um VW Gol GT), o Toyota Land Cruiser BJ40 (nosso Bandeirante de saudosa passagem por esses caminhos do Brasil), a já citada perua Volvo... e um Renault 4L. Renault 4L???? Sim! Um dos veículos mais feios já saídos de um bureau de design francês, povo que faz ótimos queijos, ótimos vinhos, tem grande fama no mundo da moda... mas que, no campo automotivo, tem um gosto, digamos, duvidoso. OK, existem exceções como os Citroën DS, CX e Xantia, os Peugeot 505, 205 e 405, os Renault Laguna (1ª geração), Fuego, 18 e 21... mas no geral a coisa vai do estranho para o bizonho. E, junto ao Citroën Ami, o 4L é bizonho.
Pessoas que tiveram a oportunidade de conviver com o modelo dizem que ele vez sucesso por tanto tempo por ser resistente, barato, ter suspensão confortável e ser muito econômico. OK, mas daí a oferecê-lo para o filho ir para a faculdade... isso merece ser classificado como bullying! O garoto será o bixo mais popular do campus: TODO MUNDO vai zoar a cara do moleque! Imagine aquí no Brasil: o garoto passa na faculdade, o pai entrega as chaves do carro para ele, diz que é “um veículo clássico”, pelo formato da chave ele acha que é um Fusca... aí ele abre a a garagem e encontra uma Brasília amarela ou azul calcinha. Pois é. Mesma coisa o 4L. Uma coisa podemos ter certeza: qualquer garota que ele namore na faculdade será porquê ela REALMENTE gosta dele, ele não pegará nenhuma “maria gasolina” em toda a sua vida acadêmica.
Alexandre Bianchini
domingo, 12 de setembro de 2010
Riding with the king
Pego emprestado o título de um ótimo álbum gravado pela dupla B.B.King e Eric Clapton para narrar um delicioso causo. Recentemente minha paixão por livros e automóveis me rendeu uma experiência muito interessante. Eu já sabia da exis-tência de um livro de contos do ótimo jornalista automobilistico Arnaldo Keller, mas ainda não o tinha encontrado para comprar. Certa vez, fuçando no site de uma das grandes livrarias, encontrei o livro, mas apenas sob encomenda. Desistí da compra.
Já tinha esquecido do fato quando na última Bienal do Livro, ao passar no estande da Editora Alaúde para “babar” nos livros sobre automóveis que eles lançaram, encontrei uma pilha de exemplares do livro “Um Corvette na noite e outros contos potentes”. Comprei-o na hora. No começo da semana seguinte, o Arnaldo publicou no blog “Autoentusiastas” uma análise de um Renault Logan, fiz os comentários que eu achava pertinentes, e ao final informei que tinha comprado o livro e achei uma pena que o autor não estivesse lá para o autografar. Ele respondeu pergun-tando se eu tinha sido o “maluco” que comprou o livro, que tinham ligado da edito-ra informando que alguém tinha comprado um exemplar. Também disse que o autor ainda era vivo, morava em SP e convidou para entrar em contato com ele para marcarmos de tomar um café juntos para batermos um papo e que ele auto-grafaria então o livro.
Liguei para o telefone fornecido, me apresentei, e deixamos pré marcado para a manhã de sábado seguinte o encontro, e eu ligaria novamente na sexta a noite para combinarmos melhor alguma coisa. Sexta à noite, liguei para ele e ele co-mentou que tinha surgido de última hora um Maserati GranTurismo para andar no sábado, e se eu poderia ir a uma loja de importados de manhã para que pudés-semos nos encontrar e eu receber o autógrafo.
Chego lá, dou a volta no quarteirão para achar o melhor lugar para estacionar o carro, local encontrado, fui em direção à loja. Chegando lá, encontro o Arnaldo e o seu primo Paulo (com a filhota, cujo nome não me lembro) observando um Lotus Elise que já tinha sido alvo de avaliação anterior do blog. Apresentamo-nos, e en-quanto o pessoal da loja manobrava os carros (estavam abrindo a loja naquele momento) fomos tomar o tal café e bater um papo. Voltamos para a loja, e o Ar-naldo e o Paulo foram com um dos rapazes da loja andar com o carro e fazer u-mas filmagens enquanto eu ficava aguardando por lá mesmo. Fiquei olhando os outros carros à venda, alguns mais interessantes, outros menos, depois voltei para o meu carro e fiquei lendo o jornal, até que ví o Maserati chegar de volta à loja.
Hora da sessão de fotos: fomos para o estacionamento de um imóvel comercial desocupado em frente à loja, para que o Paulo pudesse exercer a sua arte – e o cara é um artista. Pela intimidade com que a filhota dele maneja as DSLR, diria que ela seguirá o mesmo caminho. Enquanto isso, eu e o Arnaldo conversávamos sobre generalidades automotivas, com participação esporádica do rapaz da loja que tinha saído com eles para a filmagem.
Assim que o Paulo terminou a sessão de fotos, veio o inesperado: o Arnaldo disse que para terminar a sessão “eu vou levar o Bianchini para dar uma volta no quar-teirão com o carro”. Admito ter ficado meio sem ação, mas ele foi entrando pela porta esquerda enquanto eu observava as linhas do carro pelo lado direito e abriu a porta da direita, aí entrei no carro e me acomodei no excelente banco de couro do passageiro. Prendí o cinto, o Paulo fez umas duas ou três fotos (o cara é um fotógrafo tão bom que fiquei até menos feio na foto...), o Arnaldo ligou o motor, fez um sinal para o pessoal da loja e saímos. A cidade definitivamente não é o ambi-ente correto para um carro daquela largura, mas de dentro do carro ele mostra ser bem mais ágil do que a aparência externa leva a crer. Duvido que a volta tenha durado mais de 4 minutos, mas a sensação foi, na melhor das hipóteses, inesque-cível, principalmente para alguém que nunca tinha andado em um importado de-cente. Naquele momento, sentí-me como o título do disco citado lá no começo...
Já tinha esquecido do fato quando na última Bienal do Livro, ao passar no estande da Editora Alaúde para “babar” nos livros sobre automóveis que eles lançaram, encontrei uma pilha de exemplares do livro “Um Corvette na noite e outros contos potentes”. Comprei-o na hora. No começo da semana seguinte, o Arnaldo publicou no blog “Autoentusiastas” uma análise de um Renault Logan, fiz os comentários que eu achava pertinentes, e ao final informei que tinha comprado o livro e achei uma pena que o autor não estivesse lá para o autografar. Ele respondeu pergun-tando se eu tinha sido o “maluco” que comprou o livro, que tinham ligado da edito-ra informando que alguém tinha comprado um exemplar. Também disse que o autor ainda era vivo, morava em SP e convidou para entrar em contato com ele para marcarmos de tomar um café juntos para batermos um papo e que ele auto-grafaria então o livro.
Liguei para o telefone fornecido, me apresentei, e deixamos pré marcado para a manhã de sábado seguinte o encontro, e eu ligaria novamente na sexta a noite para combinarmos melhor alguma coisa. Sexta à noite, liguei para ele e ele co-mentou que tinha surgido de última hora um Maserati GranTurismo para andar no sábado, e se eu poderia ir a uma loja de importados de manhã para que pudés-semos nos encontrar e eu receber o autógrafo.
Chego lá, dou a volta no quarteirão para achar o melhor lugar para estacionar o carro, local encontrado, fui em direção à loja. Chegando lá, encontro o Arnaldo e o seu primo Paulo (com a filhota, cujo nome não me lembro) observando um Lotus Elise que já tinha sido alvo de avaliação anterior do blog. Apresentamo-nos, e en-quanto o pessoal da loja manobrava os carros (estavam abrindo a loja naquele momento) fomos tomar o tal café e bater um papo. Voltamos para a loja, e o Ar-naldo e o Paulo foram com um dos rapazes da loja andar com o carro e fazer u-mas filmagens enquanto eu ficava aguardando por lá mesmo. Fiquei olhando os outros carros à venda, alguns mais interessantes, outros menos, depois voltei para o meu carro e fiquei lendo o jornal, até que ví o Maserati chegar de volta à loja.
Hora da sessão de fotos: fomos para o estacionamento de um imóvel comercial desocupado em frente à loja, para que o Paulo pudesse exercer a sua arte – e o cara é um artista. Pela intimidade com que a filhota dele maneja as DSLR, diria que ela seguirá o mesmo caminho. Enquanto isso, eu e o Arnaldo conversávamos sobre generalidades automotivas, com participação esporádica do rapaz da loja que tinha saído com eles para a filmagem.
Assim que o Paulo terminou a sessão de fotos, veio o inesperado: o Arnaldo disse que para terminar a sessão “eu vou levar o Bianchini para dar uma volta no quar-teirão com o carro”. Admito ter ficado meio sem ação, mas ele foi entrando pela porta esquerda enquanto eu observava as linhas do carro pelo lado direito e abriu a porta da direita, aí entrei no carro e me acomodei no excelente banco de couro do passageiro. Prendí o cinto, o Paulo fez umas duas ou três fotos (o cara é um fotógrafo tão bom que fiquei até menos feio na foto...), o Arnaldo ligou o motor, fez um sinal para o pessoal da loja e saímos. A cidade definitivamente não é o ambi-ente correto para um carro daquela largura, mas de dentro do carro ele mostra ser bem mais ágil do que a aparência externa leva a crer. Duvido que a volta tenha durado mais de 4 minutos, mas a sensação foi, na melhor das hipóteses, inesque-cível, principalmente para alguém que nunca tinha andado em um importado de-cente. Naquele momento, sentí-me como o título do disco citado lá no começo...
Monza (parte 2
Bom, como não deu certo o negócio com o belo Verona, começamos minha espo-sa e eu a procurar outro carro. Andávamos pelas lojas da Av. Guapira quando lo-calizamos no meio de uma loja um Monza que, a primeira vista, era dourado. Um dourado meio escuro, na verdade. Entramos, o vendedor nos mostrou o carro, duas portas, sem vazamentos aparentes no motor, movido a gasolina (importante, pois para quem usa pouco o carro o álcool só serve para tornar a partida mais difí-cil após ficar parado de 2ª a 6ª feira), lataria em boas condições, aquele modelo que para ser completo só faltava o ar condicionado e o som. Os outros opcionais da época ele tinha, até apoio de cabeça para os ocupantes do banco traseiro e o apoio de braço dobrável do mesmo banco. A Alê adorou o carro. Sentei no banco do motorista e me sentí na poltrona de ver TV. Parecia perfeito.
Fomos então ver o preço do carro, pois tínhamos saído para comprar um carro de 6 mil (o Verona 1.6) ou 6,5 mil (o 1.8). O Monza estava por 6,9 mil. Iria ficar meio apertado para os gastos com a manutenção dos itens de segurança depois. A Alê, ótima negociante que é, deu uma choradinha e ficou por 6,7 mil. Já mais próximo do preço do Verona 1.8, com a diferença que era um Monza 2.0. Deixamos um cheque de sinal, e no meio da semana eu levaria o cheque administrativo com o valor total para pegar as chaves e receber de volta o sinal.
No dia que fui pegar o caro, quase me arrependí do negócio: na outra filial da loja, onde fui buscar o carro, tinha um Escort Hobby 1.6. Na época eu já reconhecia o quão resistente o Hobby era (minha tia, que só faz manutenção quando o carro dá problema, tinha um Hobby 1.0 há 8 anos e ele resistia bravamente nas mãos de-la), e de quebra o carro era branco, uma cor que adoro. Mas o Monza me espera-va.
Peguei o carro e no trajeto da loja até um estacionamento próximo de casa onde tinha a placa que haviam vagas para mensalistas (e que seria a nova morada de-le) estranhei pacas a direção hidráulica super leve (até hoje ela me incomoda um pouco na estrada) e a falta de altura em relação ao solo. Ou ao menos a falta de altura para alguém acostumado a VWs refrigerados a ar ou ao Hobby da minha tia, que é mais altinho. Mas fui admirando o painel completo, com conta-giros, am-perímetro e o vacuômetro (também conhecido como mentirômetro).
Aí começaria o “breaking point” do Monza em relação ao meu antigo objetivo, o Verona: o preço das peças. Pesquisando amortecedores, molas, freios, embrea-gem, descobrí que as peças do Monza regulam de preço com as do Santana, e as do Verona são em média de 50 a 75% mais caras... Manutenção feita, hora de pegar a estrada. A facilidade de manter a velocidade limite de 120 km/h, com o motor girando a 3.200 rpm e 5ª marcha, pouco acima da rotação de torque máxi-mo (3 mil rpm) me agradou sobremaneira, até porquê sou dos que acha que a ve-locidade de cruzeiro deve ser constante: se na descida e no plano se está a 120, na subida também se deve estar. Quanto ao porta-malas de 400 litros, só o lotei recentemente, quando fui viajar com minha filhota e tive de levar berço dobrável, carrinho de bebê, banheira, além das tralhas todas que se leva em viagem com crianças pequenas.
Se estou satisfeito com o carro? Sim. Ele é perfeito? Não. Nenhum carro o é, nem Ferraris e Rolls-Royces. O escapamento esquenta consideravelmente o lado es-querdo do carro, fazendo com que se tenha de colocar os produtos termicamente sensíveis do lado direito do porta malas. Sem ar condicionado, o interior do carro é uma pequena sauna em dias de forte calor. Nos modelos “pré tubarão” a abertura do porta malas poderia ser maior. Tem o caso da direção hidráulica muito leve em alta velocidade, o motor nem em suas versões mais recentes com avançados sis-temas de injeção eletrônica conseguiu ficar econômico, mas no geral eu diria que os benefícios superam os malefícios. Obviamente a adequação de um modelo depende daquilo que se espera dele. Para quem espera um carro confortável, es-paçoso, com manutenção relativamente barata, e que ainda seja bom de estrada, é uma ótima opção.
Fomos então ver o preço do carro, pois tínhamos saído para comprar um carro de 6 mil (o Verona 1.6) ou 6,5 mil (o 1.8). O Monza estava por 6,9 mil. Iria ficar meio apertado para os gastos com a manutenção dos itens de segurança depois. A Alê, ótima negociante que é, deu uma choradinha e ficou por 6,7 mil. Já mais próximo do preço do Verona 1.8, com a diferença que era um Monza 2.0. Deixamos um cheque de sinal, e no meio da semana eu levaria o cheque administrativo com o valor total para pegar as chaves e receber de volta o sinal.
No dia que fui pegar o caro, quase me arrependí do negócio: na outra filial da loja, onde fui buscar o carro, tinha um Escort Hobby 1.6. Na época eu já reconhecia o quão resistente o Hobby era (minha tia, que só faz manutenção quando o carro dá problema, tinha um Hobby 1.0 há 8 anos e ele resistia bravamente nas mãos de-la), e de quebra o carro era branco, uma cor que adoro. Mas o Monza me espera-va.
Peguei o carro e no trajeto da loja até um estacionamento próximo de casa onde tinha a placa que haviam vagas para mensalistas (e que seria a nova morada de-le) estranhei pacas a direção hidráulica super leve (até hoje ela me incomoda um pouco na estrada) e a falta de altura em relação ao solo. Ou ao menos a falta de altura para alguém acostumado a VWs refrigerados a ar ou ao Hobby da minha tia, que é mais altinho. Mas fui admirando o painel completo, com conta-giros, am-perímetro e o vacuômetro (também conhecido como mentirômetro).
Aí começaria o “breaking point” do Monza em relação ao meu antigo objetivo, o Verona: o preço das peças. Pesquisando amortecedores, molas, freios, embrea-gem, descobrí que as peças do Monza regulam de preço com as do Santana, e as do Verona são em média de 50 a 75% mais caras... Manutenção feita, hora de pegar a estrada. A facilidade de manter a velocidade limite de 120 km/h, com o motor girando a 3.200 rpm e 5ª marcha, pouco acima da rotação de torque máxi-mo (3 mil rpm) me agradou sobremaneira, até porquê sou dos que acha que a ve-locidade de cruzeiro deve ser constante: se na descida e no plano se está a 120, na subida também se deve estar. Quanto ao porta-malas de 400 litros, só o lotei recentemente, quando fui viajar com minha filhota e tive de levar berço dobrável, carrinho de bebê, banheira, além das tralhas todas que se leva em viagem com crianças pequenas.
Se estou satisfeito com o carro? Sim. Ele é perfeito? Não. Nenhum carro o é, nem Ferraris e Rolls-Royces. O escapamento esquenta consideravelmente o lado es-querdo do carro, fazendo com que se tenha de colocar os produtos termicamente sensíveis do lado direito do porta malas. Sem ar condicionado, o interior do carro é uma pequena sauna em dias de forte calor. Nos modelos “pré tubarão” a abertura do porta malas poderia ser maior. Tem o caso da direção hidráulica muito leve em alta velocidade, o motor nem em suas versões mais recentes com avançados sis-temas de injeção eletrônica conseguiu ficar econômico, mas no geral eu diria que os benefícios superam os malefícios. Obviamente a adequação de um modelo depende daquilo que se espera dele. Para quem espera um carro confortável, es-paçoso, com manutenção relativamente barata, e que ainda seja bom de estrada, é uma ótima opção.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
Vou comprar meu primeiro carro, e agora?
Olá leitores!
Essa é uma dúvida que atormenta muitos jovens que acabaram de tirar a carta de motorista. E sempre existe aquela terrível diferença entre o que se QUER e o que se PODE comprar. Querer todos queremos logo de cara comprar um Civic Si com 192 cavalos de potência para “ralar” o carro da maioria dos amigos e de quebra impressionar as meninas com o painel digital em dois planos. Porém, é um carro caro, de manutenção tão cara quanto, e com preço de seguro compatível com os preços citados anteriormente. O que fazer então?
Bom, essa não á uma pergunta com uma resposta simples e direta, então aí vai um passo a passo para não fazer uma grande bobagem:
1- Pesquise.
Sim, você terá de perder um tempo lendo. Leia os cadernos de automóveis dos jornais (geralmente saem às quartas feiras e aos sábados). Procure na internet os fóruns de donos do modelo que você quer comprar (dificilmente na imprensa sairão coisas como custos de manutenção e problemas recorrentes do modelo). Pesquise nas revistas especializadas os comparativos entre os modelos da faixa de preço que você quer comprar o carro. Quanto mais informações você tiver, melhor será a sua escolha.
2- Experimente.
No fundo, no fundo, carro é igual sapato. Comprar sem experimentar pode levar a dores de cabeça adiante. Cito o exemplo do VW Fox: quando entrei no carro no Salão do Automóvel de 2008, adorei o espaço interno e a posição de dirigir. Depois que andei no carro, odiei a suspensão dura, que “copia” todas as irregularidades do piso. Essa suspensão não seria um problema se tivéssemos um asfalto no padrão europeu, mas com as nossas crateras lunares... Portanto, aproveite os test-drives que as concessionárias oferecem para você conhecer o modelo. Se puder, alugue durante um fim de semana um carro igual em uma locadora. Verifique se o banco não vai te dar dores nas costas após uma hora ao volante, se existem regulagens de banco e volante que lhe permitam ficar confortavelmente instalado ao volante e ter acesso rápido a todos os comandos do carro, se o espaço entre os pedais é suficiente para seus pés se moverem de um para o outro sem enroscar, se o câmbio não tem engates difíceis, se a visibilidade para frente, para os lados e para trás é boa (lembre-se que VISIBILIDADE é um item de SEGURANÇA, portanto não entre na onda do vidro filmado), se o estepe é fácil de retirar em uma situação de emergência... Leva um tempo, mas quem tem pressa de fechar o negócio é o VENDEDOR, não você.
3- Garantia e preço das revisões.
Não pense que é comprar o carro e pronto, seus problemas acabaram. Carro tem que receber manutenção, preferencialmente a PREVENTIVA, pois como ela será feita antes que dê algum problema, ela sairá mais barata. Algumas fábricas estão estendendo o prazo da garantia e passam isso como uma grande vantagem para o consumidor. Efetivamente, na Europa, Japão e Estados Unidos isso É uma grande vantagem. Só que estamos no Brasil, e a coisa não é bem assim. Basta perguntar para os donos de carros da Hyundai se eles estão felizes com o preço das revisões de seus Azera, Vera Cruz e i30. E para manter a sua garantia de 5 anos, é obrigatório que se faça corretamente as revisões programadas. Como o importador resolveu ganhar muito dinheiro em cima da manutenção, tem muita gente vendendo seus carros quando chega na hora da revisão. Dê preferência para marcas que possuem preços tabelados para as revisões e fique muito atento a relatos da prática da “empurroterapia” por parte da rede autorizada. De uns tempos para cá, a Chevrolet está forte nesse quesito.
4- Não tenha pressa.
Carro não é um bem barato. No mínimo, você vai gastar 23 mil em um carro zero quilômetro. Lembre-se que a desvalorização de um carro nos dois primeiros anos é maior que nos anos subseqüentes, portanto prepare-se para ficar pelo menos por 3 anos com seu carro para não perder dinheiro no negócio. Já que você vai ficar esse tempo todo com o carro, compre o carro para VOCÊ, não pensando no que o futuro dono vai comprar. Se você quer um carro vermelho ou azul, e na concessionária só tiver o tradicional preto-prata-cinza-ratazana-de-esgoto, aguarde. Você pode aguardar dois ou três meses para a fábrica mandar o carro na cor do catálogo que você encomendou, mas você se sentirá muito mais satisfeito com o carro ao seu gosto.
5- Seguro.
Seguro, SEMPRE. Nas grandes cidades não tem como andar com carro novo sem seguro. Lembre-se que os preços variam de seguradora para seguradora e de acordo com o perfil do motorista. Um rapaz solteiro na faixa de 18 a 25 anos tem um perfil muito mais caro que uma mulher casada de 40 anos.
6- Pechinche.
Pesquisando, você pode comparar os equipamentos oferecidos pelos diferentes modelos, os seus preços, e com isso negociar com o vendedor um descontinho no preço do carro ou a inclusão sem custo adicional de algum acessório.
Bom, esse é um guia bem básico, mas os principais pontos estão aí.
Até mais!
Essa é uma dúvida que atormenta muitos jovens que acabaram de tirar a carta de motorista. E sempre existe aquela terrível diferença entre o que se QUER e o que se PODE comprar. Querer todos queremos logo de cara comprar um Civic Si com 192 cavalos de potência para “ralar” o carro da maioria dos amigos e de quebra impressionar as meninas com o painel digital em dois planos. Porém, é um carro caro, de manutenção tão cara quanto, e com preço de seguro compatível com os preços citados anteriormente. O que fazer então?
Bom, essa não á uma pergunta com uma resposta simples e direta, então aí vai um passo a passo para não fazer uma grande bobagem:
1- Pesquise.
Sim, você terá de perder um tempo lendo. Leia os cadernos de automóveis dos jornais (geralmente saem às quartas feiras e aos sábados). Procure na internet os fóruns de donos do modelo que você quer comprar (dificilmente na imprensa sairão coisas como custos de manutenção e problemas recorrentes do modelo). Pesquise nas revistas especializadas os comparativos entre os modelos da faixa de preço que você quer comprar o carro. Quanto mais informações você tiver, melhor será a sua escolha.
2- Experimente.
No fundo, no fundo, carro é igual sapato. Comprar sem experimentar pode levar a dores de cabeça adiante. Cito o exemplo do VW Fox: quando entrei no carro no Salão do Automóvel de 2008, adorei o espaço interno e a posição de dirigir. Depois que andei no carro, odiei a suspensão dura, que “copia” todas as irregularidades do piso. Essa suspensão não seria um problema se tivéssemos um asfalto no padrão europeu, mas com as nossas crateras lunares... Portanto, aproveite os test-drives que as concessionárias oferecem para você conhecer o modelo. Se puder, alugue durante um fim de semana um carro igual em uma locadora. Verifique se o banco não vai te dar dores nas costas após uma hora ao volante, se existem regulagens de banco e volante que lhe permitam ficar confortavelmente instalado ao volante e ter acesso rápido a todos os comandos do carro, se o espaço entre os pedais é suficiente para seus pés se moverem de um para o outro sem enroscar, se o câmbio não tem engates difíceis, se a visibilidade para frente, para os lados e para trás é boa (lembre-se que VISIBILIDADE é um item de SEGURANÇA, portanto não entre na onda do vidro filmado), se o estepe é fácil de retirar em uma situação de emergência... Leva um tempo, mas quem tem pressa de fechar o negócio é o VENDEDOR, não você.
3- Garantia e preço das revisões.
Não pense que é comprar o carro e pronto, seus problemas acabaram. Carro tem que receber manutenção, preferencialmente a PREVENTIVA, pois como ela será feita antes que dê algum problema, ela sairá mais barata. Algumas fábricas estão estendendo o prazo da garantia e passam isso como uma grande vantagem para o consumidor. Efetivamente, na Europa, Japão e Estados Unidos isso É uma grande vantagem. Só que estamos no Brasil, e a coisa não é bem assim. Basta perguntar para os donos de carros da Hyundai se eles estão felizes com o preço das revisões de seus Azera, Vera Cruz e i30. E para manter a sua garantia de 5 anos, é obrigatório que se faça corretamente as revisões programadas. Como o importador resolveu ganhar muito dinheiro em cima da manutenção, tem muita gente vendendo seus carros quando chega na hora da revisão. Dê preferência para marcas que possuem preços tabelados para as revisões e fique muito atento a relatos da prática da “empurroterapia” por parte da rede autorizada. De uns tempos para cá, a Chevrolet está forte nesse quesito.
4- Não tenha pressa.
Carro não é um bem barato. No mínimo, você vai gastar 23 mil em um carro zero quilômetro. Lembre-se que a desvalorização de um carro nos dois primeiros anos é maior que nos anos subseqüentes, portanto prepare-se para ficar pelo menos por 3 anos com seu carro para não perder dinheiro no negócio. Já que você vai ficar esse tempo todo com o carro, compre o carro para VOCÊ, não pensando no que o futuro dono vai comprar. Se você quer um carro vermelho ou azul, e na concessionária só tiver o tradicional preto-prata-cinza-ratazana-de-esgoto, aguarde. Você pode aguardar dois ou três meses para a fábrica mandar o carro na cor do catálogo que você encomendou, mas você se sentirá muito mais satisfeito com o carro ao seu gosto.
5- Seguro.
Seguro, SEMPRE. Nas grandes cidades não tem como andar com carro novo sem seguro. Lembre-se que os preços variam de seguradora para seguradora e de acordo com o perfil do motorista. Um rapaz solteiro na faixa de 18 a 25 anos tem um perfil muito mais caro que uma mulher casada de 40 anos.
6- Pechinche.
Pesquisando, você pode comparar os equipamentos oferecidos pelos diferentes modelos, os seus preços, e com isso negociar com o vendedor um descontinho no preço do carro ou a inclusão sem custo adicional de algum acessório.
Bom, esse é um guia bem básico, mas os principais pontos estão aí.
Até mais!
segunda-feira, 8 de março de 2010
domingo, 30 de agosto de 2009
Fotogenia
Muito se fala de pessoas que são fotogênicas, outras que ao vivo são bonitas mas nas fotos saem com uma aparência estranha, e com os carros o mesmo fenômeno acontece. De imediato, a primeira lembrança é a da última reestilização do Alfa Romeo 2300 Ti-4. Ao vivo, aquela grade dianteira em plástico preto dá um ar esportivo e jovial ao carro. Admito que não ví até hoje uma única foto na qual a tal grade saísse bem. Para falar de carros atuais, o Nissan Livina é mais bonito ao vivo que em fotos. Por sua vez, o Peugeot "207" Passion nas fotos até que é razoável, mas ao vivo... mais feio que bater na mãe por causa de mistura.
Mas por quê esse papo todo? É que essa semana apareceram as primeiras fotos oficiais do Chevrolet Agile, e espero sinceramente que ele seja um caso como o do Alfa nacional. Pode ser que ao vivo a coisa toda funcione, mas na foto oficial - que espero que tenha sido a melhor de todas as que tiraram - a frente ficou desproporcionalmente grande em relação ao resto do carro. Esperemos...
Abraços!
Mas por quê esse papo todo? É que essa semana apareceram as primeiras fotos oficiais do Chevrolet Agile, e espero sinceramente que ele seja um caso como o do Alfa nacional. Pode ser que ao vivo a coisa toda funcione, mas na foto oficial - que espero que tenha sido a melhor de todas as que tiraram - a frente ficou desproporcionalmente grande em relação ao resto do carro. Esperemos...
Abraços!
sexta-feira, 21 de agosto de 2009
SEM NOÇÃO II
Estava lendo o ótimo editorial de Fabrício Samahá no sítio Best Cars sobre as exigências que um fabricante estrangeiro tem de se submeter para exportar automóveis para o Brasil, e um dos pontos se refere a uma das manias mais estranhas do povo brasileiro: a mania de carros pretos ou cinza ratazana (aquela bem escura e nojenta que sei do esgoto e fica te encarando). Que não são cores apropriadas ao clima (ou como fala Felipe Massa na propaganda da Bridgestone, "crima") tropical é público e notório, ainda mais quando acompanhados de estofamentos tão escuros quanto. Dizem os "especialistas em mercado" que são cores que "vendem mais fácil".
P@#$%, você vai gastar mais de R$20 mil reais num carro novo - em que pese alguns nem merecerem a classificação como carros - pensando não em você, mas no cara que vai comprar o carro depois???? Fala sério!!! Está certo que as fábricas não ajudam, já que se você quiser comprar alguma coisa diferente do amplo espectro que existe entre o prata e o preto terá de aguardar, no mínimo, dois meses para receber o carro. Desse modo, na pressa de sair andando logo com sua nova aquisição, muita gente acaba comprando o que tem na concessionária mesmo: preto, prata, ou qualquer tom entre eles.
Em São Paulo ainda é um pouco mais complicado, pois algum prefeito após o Jânio - não lembro se a Dona Erunda ou o Brimo Maluf - teve a "brilhante" idéia de adotar o branco como cor oficial dos taxis de São Paulo, ao invés de escolher uma cor que fosse mais identificável, como o amarelo dos taxis do Rio ou o laranja de Curitiba e Porto Alegre. Poderia ter escolhido o preto, a exemplo dos taxis londrinos, e aí a opção de um carro branco não seria "demonizada" no mercado paulistano, o maior do país. Ou seja, aquele meu sonho de um carro com especificação parecida à dos países árabes (branco com estofamento bege claro) pelo jeito vai ficar no sonho mesmo...
De qualquer jeito é bom saber que, ao menos na teoria, se você não tiver pressa de sair com o carro novo, é possível encomendar um carro ao seu jeito. No site da Ford do Brasil, ao consultar as opções de cor para o Ford Fusion, pode-se encontrar um elegante azul escuro, um chique verde escuro e um maravilhoso vermelho escuro perolizado. Aquela grade cromadona, com um carro vermelho perolizado atrás... como diria aquela velha música do Aerosmith, "dream on"... é como diz o ditado, eu queria ser pobre só por um dia, pois ser pobre todo dia enche o saco!!!
Abraços!
P@#$%, você vai gastar mais de R$20 mil reais num carro novo - em que pese alguns nem merecerem a classificação como carros - pensando não em você, mas no cara que vai comprar o carro depois???? Fala sério!!! Está certo que as fábricas não ajudam, já que se você quiser comprar alguma coisa diferente do amplo espectro que existe entre o prata e o preto terá de aguardar, no mínimo, dois meses para receber o carro. Desse modo, na pressa de sair andando logo com sua nova aquisição, muita gente acaba comprando o que tem na concessionária mesmo: preto, prata, ou qualquer tom entre eles.
Em São Paulo ainda é um pouco mais complicado, pois algum prefeito após o Jânio - não lembro se a Dona Erunda ou o Brimo Maluf - teve a "brilhante" idéia de adotar o branco como cor oficial dos taxis de São Paulo, ao invés de escolher uma cor que fosse mais identificável, como o amarelo dos taxis do Rio ou o laranja de Curitiba e Porto Alegre. Poderia ter escolhido o preto, a exemplo dos taxis londrinos, e aí a opção de um carro branco não seria "demonizada" no mercado paulistano, o maior do país. Ou seja, aquele meu sonho de um carro com especificação parecida à dos países árabes (branco com estofamento bege claro) pelo jeito vai ficar no sonho mesmo...
De qualquer jeito é bom saber que, ao menos na teoria, se você não tiver pressa de sair com o carro novo, é possível encomendar um carro ao seu jeito. No site da Ford do Brasil, ao consultar as opções de cor para o Ford Fusion, pode-se encontrar um elegante azul escuro, um chique verde escuro e um maravilhoso vermelho escuro perolizado. Aquela grade cromadona, com um carro vermelho perolizado atrás... como diria aquela velha música do Aerosmith, "dream on"... é como diz o ditado, eu queria ser pobre só por um dia, pois ser pobre todo dia enche o saco!!!
Abraços!
AO MESTRE
Dessa vez, abrirei uma exceção ao meu assunto favorito (carros) para falar de outra grande paixão, a música. Hoje, 21/08, há 20 anos, partia para a imensidão cósmica o grande mestre Raul dos Santos Seixas.
Muito já foi dito e escrito a respeito dele, e não serei eu que terei a presunção de acrescentar algo mais àquilo tudo que se tem de informações a respeito de Raul. Biógrafos e fãs clubes já esmiuçaram tudo o que foi possível sobre o grande músico baiano. Suas letras já foram analisadas sob os mais diversos aspectos.
Apenas quero deixar minha homenagem àquele que, na minha modesta opinião, foi o melhor letrista desse país. Sim, Tom Jobim e Vinícius de Moraes faziam musicas com uma métrica mais complexa, com muito mais acordes, letras muito mais próximas da poesia literata. Chico Buarque e Gilberto Gil são muito mais aceitos pelo "estabilishment" e sempre tiveram mais atenção da mídia. No entanto, nenhum deles conseguiu falar tão direto quanto Raul Seixas. Principalmente, nenhum deles teve a coragem de usar um ritmo então "estrangeiro" para transmitir suas mensagens. Enquanto Gil, Caetano e Chico se valiam da velha estrutura já estabelecida, Raul se valeu da força do rock'n'roll para passar suas valiosas mensagens.
Assim sendo, onde quer que esteja - e espero que esteja ao lado de Elvis Presley e John Lennon - , muito obrigado, Raul Seixas! A sociedade alternativa não vingou, o moço do disco voador não passou, Pastor João e sua Igreja Invisível continuam nos atazanando, mas tentamos outra vez!
Valeu!
Muito já foi dito e escrito a respeito dele, e não serei eu que terei a presunção de acrescentar algo mais àquilo tudo que se tem de informações a respeito de Raul. Biógrafos e fãs clubes já esmiuçaram tudo o que foi possível sobre o grande músico baiano. Suas letras já foram analisadas sob os mais diversos aspectos.
Apenas quero deixar minha homenagem àquele que, na minha modesta opinião, foi o melhor letrista desse país. Sim, Tom Jobim e Vinícius de Moraes faziam musicas com uma métrica mais complexa, com muito mais acordes, letras muito mais próximas da poesia literata. Chico Buarque e Gilberto Gil são muito mais aceitos pelo "estabilishment" e sempre tiveram mais atenção da mídia. No entanto, nenhum deles conseguiu falar tão direto quanto Raul Seixas. Principalmente, nenhum deles teve a coragem de usar um ritmo então "estrangeiro" para transmitir suas mensagens. Enquanto Gil, Caetano e Chico se valiam da velha estrutura já estabelecida, Raul se valeu da força do rock'n'roll para passar suas valiosas mensagens.
Assim sendo, onde quer que esteja - e espero que esteja ao lado de Elvis Presley e John Lennon - , muito obrigado, Raul Seixas! A sociedade alternativa não vingou, o moço do disco voador não passou, Pastor João e sua Igreja Invisível continuam nos atazanando, mas tentamos outra vez!
Valeu!
Como me interessei por Monza - parte I
Hoje em dia eu gosto muito do meu Chevrolet Monza, apesar de achar que falta um ar condicionado nele - o carro foi projetado pensando no clima europeu, e o interior dele é um tanto quanto quente no sentido termométrico da coisa. Mas nem sempre foi assim.
Antes de ter o carro, eu o achava bonito, mas não curtia essa concepção de tração dianteira. Claro, sempre admirei os carros com concepção clássica (motor dianteiro, tração traseira) ou os Fuscas e derivados (tudo atrás). Achava tração dianteira uma coisa boa para carros compactos, de menos de 4 metros de comprimento, mas acima disso não era a minha opção predileta.
Tudo começou quando em 2003 comprei um Fusca 1975 num dia 29/12 e ele foi furtado de frente de casa no dia 02/01 seguinte. Após o tradicional descaso para abrir o B.O. - fui na DP do Jardim França, na av. Água Fria, e apesar de dizerem que o sistema é informatizado (já o era naquela época) se recusaram a fazer o B.O. e me mandaram para a DP da Vila Gustavo, onde aguardei por no mínimo 3 horas para fazer o boletim de ocorrência pois os patetas estavam com um flagrante, e quando se está com um flagrante NADA acontece na delegacia, mesmo quando se via os policiais civís na salinha vendo TV. Nesse meio tempo, já tinha dado para desmontar o Fusca e espalhar as peças por uns 5 desmanches...
Passada a raiva pelo furto e a raiva pelo "brilhante" atendimento recebido daqueles que nos ignoram, apesar de serem os nossos impostos que pagam seus imerecidos (pela qualidade de atendimento) salários, começei a juntar novamente o dinheiro da PLR para comprar outro carro, desde que fosse daqueles pouco visados pelos amigos do alheio. Cheguei a 2 opções: Chevette Marajó e Ford Verona 2 portas (a primeira geração). A Marajó minha esposa descartou - ela adora Chevette, mas acha a Marajó muito feia -, então sobrou o Verona. Eu entraria com uma parte do dinheiro, minha esposa com outra, e uma tia dela emprestaria o restante a juros de cardeneta de poupança para concretizar o negócio à vista, em busca de fugir dos abusivos juros das financeiras e tentar conseguir um descontinho no preço. Havia tempo para isso...
Finalmente, somando todas as partes, chegamos a um consenso quanto ao preço: por volta de 6 mil reais, já calculando que um carro bem usado precisa de uma série de manutenções em ítens de segurança (freios, suspensão, transmissão, quiçá motor) para se tornar confiável, portanto havía uma margem de segurança financeira para a compra e posteriores reparos.
Após uma certa procura (uns meses, muito criteriosos), encontramos uma opção: Verona LX 92, 1.6 - aquele com o tradicional motor Ford herdado do Renault 12 - Corcel I - , por 6.200 reais, verde. Fomos na loja, e o carro não estava tão bem como na foto. Tinha um "primo" dele na loja, um Apollo 92, vermelho. Esse tava pior ainda, com monobloco visualmente empenado. Desistimos.
Andando pela Av. Guapira, na ZN de SP, encontramos outra loja com um Verona 91, verde mais claro que o outro, só que GLX, com motor de Santana e câmbio de Golf, pois a Ford não tinha um câmbio transversal que suportasse o torque superior do AP 800. Show! Mas Murphy não se engana, e o carro - que tinha ficado 3 meses na loja - foi vendido antes que voltássemos lá pra fechar o negócio.
Aí, em outra loja, encontramos o Monza. Mas isso é papo para outro post!
Abraços!
Antes de ter o carro, eu o achava bonito, mas não curtia essa concepção de tração dianteira. Claro, sempre admirei os carros com concepção clássica (motor dianteiro, tração traseira) ou os Fuscas e derivados (tudo atrás). Achava tração dianteira uma coisa boa para carros compactos, de menos de 4 metros de comprimento, mas acima disso não era a minha opção predileta.
Tudo começou quando em 2003 comprei um Fusca 1975 num dia 29/12 e ele foi furtado de frente de casa no dia 02/01 seguinte. Após o tradicional descaso para abrir o B.O. - fui na DP do Jardim França, na av. Água Fria, e apesar de dizerem que o sistema é informatizado (já o era naquela época) se recusaram a fazer o B.O. e me mandaram para a DP da Vila Gustavo, onde aguardei por no mínimo 3 horas para fazer o boletim de ocorrência pois os patetas estavam com um flagrante, e quando se está com um flagrante NADA acontece na delegacia, mesmo quando se via os policiais civís na salinha vendo TV. Nesse meio tempo, já tinha dado para desmontar o Fusca e espalhar as peças por uns 5 desmanches...
Passada a raiva pelo furto e a raiva pelo "brilhante" atendimento recebido daqueles que nos ignoram, apesar de serem os nossos impostos que pagam seus imerecidos (pela qualidade de atendimento) salários, começei a juntar novamente o dinheiro da PLR para comprar outro carro, desde que fosse daqueles pouco visados pelos amigos do alheio. Cheguei a 2 opções: Chevette Marajó e Ford Verona 2 portas (a primeira geração). A Marajó minha esposa descartou - ela adora Chevette, mas acha a Marajó muito feia -, então sobrou o Verona. Eu entraria com uma parte do dinheiro, minha esposa com outra, e uma tia dela emprestaria o restante a juros de cardeneta de poupança para concretizar o negócio à vista, em busca de fugir dos abusivos juros das financeiras e tentar conseguir um descontinho no preço. Havia tempo para isso...
Finalmente, somando todas as partes, chegamos a um consenso quanto ao preço: por volta de 6 mil reais, já calculando que um carro bem usado precisa de uma série de manutenções em ítens de segurança (freios, suspensão, transmissão, quiçá motor) para se tornar confiável, portanto havía uma margem de segurança financeira para a compra e posteriores reparos.
Após uma certa procura (uns meses, muito criteriosos), encontramos uma opção: Verona LX 92, 1.6 - aquele com o tradicional motor Ford herdado do Renault 12 - Corcel I - , por 6.200 reais, verde. Fomos na loja, e o carro não estava tão bem como na foto. Tinha um "primo" dele na loja, um Apollo 92, vermelho. Esse tava pior ainda, com monobloco visualmente empenado. Desistimos.
Andando pela Av. Guapira, na ZN de SP, encontramos outra loja com um Verona 91, verde mais claro que o outro, só que GLX, com motor de Santana e câmbio de Golf, pois a Ford não tinha um câmbio transversal que suportasse o torque superior do AP 800. Show! Mas Murphy não se engana, e o carro - que tinha ficado 3 meses na loja - foi vendido antes que voltássemos lá pra fechar o negócio.
Aí, em outra loja, encontramos o Monza. Mas isso é papo para outro post!
Abraços!
quarta-feira, 5 de agosto de 2009
SEM NOÇÃO
Alguém já viu os preços praticados pelo mercado de veículos antigos? Esse povo deve estar consumindo alguma substância legamente proibida. Concordo que deve imperar a lei da oferta e da procura, mas a coisa está degringolando.
Ou como justificar a "módica" pedida de R$ 85 mil (sim, você não leu errado, 85 mil reais) em um Mustang 1968, R$ 32 mil em um Opala SS-4 1978, R$ 36 mil em um Landau 1981 (aliás, pelos classificados de antigos a produção de Landau em 1981 deve ter rivalizado com a do Fusca), R$ 85 mil num Lincoln Mk V 1978, R$ 26.900,00 num Fiat 147 1980, R$ 65 mil num Chrysler Cordoba 1975, R$ 85 mil num Lincoln Town Car 1978, entre outros? É o tipo de "oferta" na qual o carro vai ficar parado na loja por no mínimo 8 meses até aparecer um trouxa (e eles existem aos borbotões) que aceite passivamente ser assaltado.
Ao menos no caso dos carros norte americanos, acredito que se o carro for comprado lá fora, trazido para o Brasil via legal, pagando todos os impostos e taxas, ainda deve sair mais barato.
Isso sem contar a "raridade" de um Fusca 1974 (mais da metade dos carros fabricados em 1974 foi Fusca) ou a pujancia de modelos Dodge nacionais de 1980 (último ano de produção, quando a VW - que tinha comprado a marca no Brasil - estava apenas atendendo aos pedidos já feitos). Eles devem pensar que o consumidor é imbecil.
O pior é que em diversos casos isso é verdade...
Abraço!
Ou como justificar a "módica" pedida de R$ 85 mil (sim, você não leu errado, 85 mil reais) em um Mustang 1968, R$ 32 mil em um Opala SS-4 1978, R$ 36 mil em um Landau 1981 (aliás, pelos classificados de antigos a produção de Landau em 1981 deve ter rivalizado com a do Fusca), R$ 85 mil num Lincoln Mk V 1978, R$ 26.900,00 num Fiat 147 1980, R$ 65 mil num Chrysler Cordoba 1975, R$ 85 mil num Lincoln Town Car 1978, entre outros? É o tipo de "oferta" na qual o carro vai ficar parado na loja por no mínimo 8 meses até aparecer um trouxa (e eles existem aos borbotões) que aceite passivamente ser assaltado.
Ao menos no caso dos carros norte americanos, acredito que se o carro for comprado lá fora, trazido para o Brasil via legal, pagando todos os impostos e taxas, ainda deve sair mais barato.
Isso sem contar a "raridade" de um Fusca 1974 (mais da metade dos carros fabricados em 1974 foi Fusca) ou a pujancia de modelos Dodge nacionais de 1980 (último ano de produção, quando a VW - que tinha comprado a marca no Brasil - estava apenas atendendo aos pedidos já feitos). Eles devem pensar que o consumidor é imbecil.
O pior é que em diversos casos isso é verdade...
Abraço!
terça-feira, 4 de agosto de 2009
Maturidade
Gostei muito de ver a maturidade que o Montoya está demonstrando esse ano na Nascar Sprint Cup. Na corrida de Pocono, realizada nessa segunda feira (03/08) devido ao adiamento por causa da chuva no domingo, ele declarou ter feito a corrida pensando no Chase (o playoff da categoria), que o Kyle Busch já ganhou 3 provas esse ano e está 150 pontos atrás dele. Após perder a corrida de Indianapolis por causa de uma punição por excesso de velocidade nos pits (que ele jura de pés juntos que não excedeu), isso mostra um Montoya diferente daquele meio doidão da F-1. Justiça seja feita, com o sistema de pontuação da Nascar, se você chegar em 5º lugar em todas as corridas a sua chance de ser campeão é enorme, pois todos os competidores pontuam, existem pontos extras por liderar uma volta (1 ponto) e o maior número de voltas (5 pontos), e o vencedor leva 185 pontos, com o segundo colocado levando 170.
sexta-feira, 24 de julho de 2009
Cornetada 01
Rubinho disse que 5% de seu cérebro pensa em parar. Pergunta que não quer calar: os outros 95% estão aguardando uma SEGUNDA opinião?
segunda-feira, 6 de julho de 2009
A Classe Operária Vai Ao Paraíso
O nome desse clássico do cinema italiano dos anos 70 (se não me engano, de 1971) é perfeito para descrever a vitória de Justin Wilson na prova de Watkins Glen da IRL nesse domingo. Foi a primeira vitória da equipe Dale Coyne em 25 anos de existência, primeiro correndo com o próprio Dale ao volante e depois apenas como chefe de equipe.
Justin Wilson também é um "rejeitado", pois mesmo apresentando um excelente desempenho nas categorias de acesso, teve sua chance na F-1 negada devido à sua compleição física: ele tem mais de 1,90m de altura, e entre projetar um cockpit maior e contratar um "jóquei", preferiram contratar algum piloto baixinho.
Imaginem a cena: uma vitória de, por exemplo, Felipe Massa ou Fernando Alonso, com o Justin Wilson em terceiro lugar. Na enorme maioria dos pódios, ele ficaria mais alto que esses dois pilotos! A cena seria engraçada...
Abraço!
Justin Wilson também é um "rejeitado", pois mesmo apresentando um excelente desempenho nas categorias de acesso, teve sua chance na F-1 negada devido à sua compleição física: ele tem mais de 1,90m de altura, e entre projetar um cockpit maior e contratar um "jóquei", preferiram contratar algum piloto baixinho.
Imaginem a cena: uma vitória de, por exemplo, Felipe Massa ou Fernando Alonso, com o Justin Wilson em terceiro lugar. Na enorme maioria dos pódios, ele ficaria mais alto que esses dois pilotos! A cena seria engraçada...
Abraço!
PIADA PRONTA
O humorista José Simão diz que o Brasil é o "país da piada pronta". Pois bem, a exportação das piadas prontas atingiu a NASCAR. Ou como explicar o roliço piloto Tony Stewart participando (e vencendo) Coca Cola 400 em Daytona com o patrocínio do... Burger King!
Abraço!
Abraço!
segunda-feira, 1 de junho de 2009
Eu tenho, ele não tem...
Além de carros e música, também tenho como hobby a fotografia. Não tenho dinheiro para comprar aquelas máquinas profissionais carésimas, com diversas lentes intercambiáveis, flashes, battery grip, etc., etc., etc., então me contento em tirar as minhas fotos com câmeras portáteis mas com alguns recursos um pouco melhorzinhos. No momento, estou com uma Canon Powershot com 10X de zoom ótico (zoom digital só serve para estragar a qualidade da foto).
Eis que eu tinha ido ao Templo Sagrado (a.k.a. Autódromo Municipal de Interlagos) acompanhar uma prova do Campeonato Paulista de Velocidade, mas especificamente a Classic Cup, onde correm só carros antigos, e estava vendo a prova no novo paddock coberto, sobre os boxes e de frente para o S do Senna. Eis que escuto barulho de pneus cantando, indício óbvio de derrapagem, e apontei a câmera para a entrada do S na esperança de uma boa foto de algum carro fritando os pneus dianteiros na freada da curva... só que o que eu registrei foi o Puma do Malanga logo após ele bater de traseira na proteção de pneus na parte externa da entrada da curva, onde antes começava o guard-rail externo da finada Curva 1 do traçado antigo. Observando-se a foto, pode-se ver o capô traseiro ainda voando pela área de escape.
Por que o título provocativo? Porque o fotógrafo que normalmente cobre essas disputas do Paulista, o ótimo Rodrigo Ruiz, estava fazendo fotos na mureta dos boxes e só pegou o acidente do ponto de vista de quem está na Reta dos Boxes, ou seja, "de frente". Esse ângulo de lado, que propicia melhor visibilidade do acidente, ele não pegou...
Não que eu queira me comparar ao Rodrigo, ele fotografa melhor que eu, seja pela técnica, pela prática ou até mesmo pelo equipamento, mas dá um gostinho bom ter uma foto dessas...
Abraço!
O sumiço do Senhor das Trevas
Percebí esse final de semana que já fazem uns 6 meses que não vejo o Senhor das Trevas.
Quem é o tal "Senhor das Trevas"?
Senhor das Trevas é o carinhoso apelido que dei para esse carro da foto acima, um Del Rey Executivo, transformação da SR Veículos Especiais (um braço da revenda Souza Ramos, então da marca Ford) feita nos anos 80, quando as importações estavam proibidas no Brasil. A necessidade dessa transformação decorria do fato que após 1982 (ano em que foi produzido o último Landau) a Chevrolet estava sozinha no mercado de veículos de maior espaço interno e luxo, com o Opala. O Del Rey "normal", por ter sido fortemente calcado no Corcel II, tinha um entre-eixos curto para oferecer o necessário conforto no banco de trás. Como a necessidade é a mãe da invenção, surgiram nessa época além da "limusine" Del Rey (entre aspas pois apenas 15cm a mais não caracteriza o carro como limusine) transformações feitas sobre o Monza - que ficou feio, em que pese eu ser fã do carro - e mesmo sobre o Opala - para aqueles saudosos da pujança do Landau.
Por que Senhor das Trevas? Além da pintura em preto fosco (ou sem ver cera há muito tempo), o tal carro só aparecia numa rua transversal à qual eu moro em dias de céu encoberto ou no crepúsculo, daí o singelo apelido.
Abraço!
quarta-feira, 27 de maio de 2009
Carros que gosto: Pontiac Firebird
Aproveitando que os "gênios com MBA" da General Motors (hoje em dia, na verdade, deve ser algo como Sargent Motors) decidiram assassinar a marca Pontiac, resolví homenagear aquele que creio ser o mais belo carro ianque dos anos 70, uma década em que os designers do Grande Irmão do Norte estavam mais perdidos que cachorrinho que caiu do caminhão de mudança com as diversas mudanças nas leis, tanto de segurança como de consumo (Deus, temos de fazer carros menores!!!). Essa carroceria estreou no ano modelo 1971, para o Chevrolet Camaro e para o Pontiac Firebird, esse último nas versões básica, Formula (o da foto) e o Trans-AM, que possuía um "discreto" Passaro de Fogo (Firebird) decalcado no pequeno capô dianteiro... Lembro de um Trans-AM vermelho, motor 455SD, que tinha em Santo André na minha infância. A primeira vez que o ví estava parado em um posto onde meu pai foi abastecer o carro, com o capô aberto e aquele "pequeno" motor 7,5 litros trovejando em marcha lenta. Um ronco simplesmente inesquecível e indescritível, com as vibrações sonoras fazendo trepidar o seu abdome... só ouvindo para compreender aquela sinfonia.
Ao lado do Pontiac, nessa foto, estava o seu "gêmeo" Camaro Type LT. Legal, mas gosto mais da frente do Pontiac, razão pela qual concentrei a foto apenas em um dos carros.
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